Monday, April 16, 2018

E depois da queda, repousar


São as mesmas caras de sempre, apesar da curiosidade. Com vontade de se aventurar de forma reservada.
Criatividade com cautela…?

Não me levo nem a sério, nem a brincar

Somos livros dentro de livros, histórias que se sobrepõem, que se apagam na ilegibilidade de não se conseguir mais as compreender, e ainda assim, restam tantos espaços em branco.

Magoamo-nos mais quando o fazemos sozinhos, mas a culpa de fazer nascer dor no outro, também pesa.

E neste não sermos nada para ninguém, sentimos tanto peso.

De costas deixa-se de ver, talvez se pressinta, se oiça ou cheire, mas são os olhos que ganham nesta luta entre o que aconteceu e o que foi dito. Se escolhemos estar de costas é porque a antecipação de sentir já nos assusta.

É isto que é preocupar-se. Ocupamo-nos do outro, que é dizer amar, ocuparmo-nos um do outro. Mas depois, porque isto de viver civilizadamente introduz-nos leis que a nossa natureza não entende, deixamos de conseguir sentir.

Não resisto transcrever as palavras do Chefe da tribo Tuiavii dos mares do Sul, sobre o Papalagui, o Branco, o Senhor.

Como nunca fui capaz de entender isto… julgo que se trata de uma doença grave. 
- «O tempo escapa-se-me por entre os dedos!», «O tempo corre mais veloz do que um  cavalo!», «Dá-me um pouco mais de tempo» - tais são os queixumes do homem branco.
Dizia eu que se deve tratar de uma espécie de doença... Suponhamos, com efeito, que um Branco
tem vontade de fazer qualquer coisa e que o seu coração arde de desejo por isso: que, por exemplo, lhe  apetece ir deitar-se ao sol, ou andar de canoa no rio, ou ir ver e sua bem-amada. Que faz ele então? Na maior parte das vezes estraga o prazer com esta ideia fixa: «não tenho tempo de ser feliz»"




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