"(...) "Não faz muito tempo, um índio errante foi vender cestas na casa de um advogado muito conhecido na minha vizinhança. "Quer comprar alguma cesta?" perguntou. "Não, não queremos nenhuma", foi a resposta. "O quê?", reclamou o índio enquanto se dirigia ao portão, "está querendo matar a gente de fome?" Tendo visto que seus industriosos vizinhos brancos estavam tão bem na vida — já que cabia ao advogado apenas tecer argumentos e num passe de magia seguiam-lhe a riqueza e o prestígio — dissera a si mesmo: Vou abrir um negócio. Vou tecer cestas, eis uma coisa que posso muito bem fazer. Pensava que ao aprontar as cestas teria cumprido a sua parte e que então caberia aos brancos comprá-las. Não se havia dado conta de que precisava torná-las valiosas para o outro, ou pelo menos convencê-lo de que valia a pena adquiri-las, levando-o a isso." (...)
"Cada dia que passa mais as nossas roupas se assimilam a nós, recebendo a marca do carácter de quem as veste, de tal modo que hesitamos ao abandoná-las. Nenhum homem alguma vez perdeu a minha estima por ter um remendo na roupa. Ainda assim estou seguro de que, geralmente, existe maior ansiedade em estar na moda, ou pelos menos de ter roupa limpa e sem remendos, do que em ter a consciência sã."
- Henry David Thoreau
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